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quarta-feira, janeiro 14, 2015


É imenso e multifacetado o universo da literatura infantojuvenil. Ele gira em torno de vários eixos que mostram a riqueza e a amplitude da mesma, mostrando núcleos de significação e de inter-relacionamento com o mundo empírico-histórico factual passado, presente ou futuro e ainda revela quantum entanglement com a mitologia, a polifonia, a ideologia, a oralidade, a intertextualidade…
A argila, vulgarmente chamada barro, que se transforma depois em cerâmica é, segundo os estudiosos, a mais antiga das indústrias. Ela tem acompanhando a história da humanidade, deixando pistas sobre civilizações e culturas que existiram há milhares de anos, antes da Era Cristã. Costuma mesmo dizer-se que o primeiro artesão foi Deus que, depois de criar o mundo, pegou no barro e fez Adão.
Desta cerâmica ancestral existem vestígios um pouco por todo o mundo e Portugal não foge à regra e em Vila Real existe um tipo de cerâmica preta que, segundo Joaquim de Vasconcelos (1908) é uma “(…) arte incomparável, dotada de memória admirável, que mantém sem estampas, sem guia, vivendo ao desamparo, com uma simples iniciação patriarcal na família, as mais puras tradições de uma arte ancestral que enfeitiça e seduz o crítico mais exigente”.
A publicação do livro “Uma menina que nasceu no meio do barro: história quase verdadeira dos oleiros de Bisalhães, Vila Real” de Isabel Maria Fernandes com ilustrações de Rita Faria é uma chamada de atenção para a precária situação da olaria preta pois, pretende sensibilizar os mais jovens para a preservação das memórias, por um lado e, ao mesmo tempo, dirigir o foco para possíveis oportunidades de negócio para não falar das já tão faladas potencialidades turísticas.
E reza assim a história:
A Ana nasceu em Trás-os-Montes, e todos lhe chamam Ana Louceira. Um dia, o seu amigo Francisco foi visitá-la porque queria saber como se fazia a famosa louça preta de Bisalhães, Vila Real. A Ana levou o amigo a ver como os oleiros fazem esta louça. Os dois amigos passaram um dia inesquecível e o Francisco aprendeu imenso sobre o trabalho dos oleiros e sobre esta louça que, como por magia, muda de cor.

Boas leituras!

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