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quarta-feira, dezembro 19, 2007

Territórios Identitários Europeus

Muitas vezes, os textos ligam-se simbióticamente com o mundo empírico histórico factual e são mais permeáveis às realidades sociais e extratextuais.
No livro “O mundo em que vivi” de Ilse Lose, escritora nascida na Alemanha, que por força da sua ascendência judia teve que fugir do seu país e refugiar-se em Portugal, acabando por adquirir a nacionalidade portuguesa, neste livro, dizíamos nós a assumpção de um território identitário remete para Berlin dos anos 30, época pouco gloriosa da Alemanha.
À medida que o texto nos conduz da infância à idade adulta da personagem Rose, de uma Alemanha saída da 1ª guerra mundial até ao avolumar das crises de inflação, desemprego e vitória dos nazistas, há uma felicíssima viagem simbólica que é dada pela associação da aproximação de uma trovoada à catástrofe iminente que iria acontecer:

(…) ao evocar-nos assim, de coração oprimido, não posso deixar de pensar nas grandes tempestades que abalavam a minha terra. Era como se alguém começasse a medir a distância da trovoada, o tempo entre o relâmpago e o trovão. Cada quilómetro significava um ano. (…) Um estrondo medonho faz estremecer a terra, e uma voz cheia de horror exclama: Agora está mesmo por cima de nós!”
Lose, 1997
Neste contexto, a reprodução de características do mundo empírico-histórico factual “ (…) serves to highlight purposes, intentions, and aims that are decidedly not part of the realities reproduced” como diz Iser, (1997.3), e permite, também converter essa mesma realidade “(…) into a sign for something other than themselves.”, que neste caso é a construção da realidade europeia que teve as suas origens depois da terrível experiência do holocausto, constituindo a sua consolidação, que neste texto se antevê, num desafio para todos os países, um apelo à tolerância activa e à solidariedade responsável.

1 comentário:

Simplesmente Luísa disse...

Fiquei curiosissima para ler, obrigada pela dica...
Parabéns pelo blog,adorei...

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Um beijo!

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Na minha terra conta-se que, no inverno, à lareira, quando ainda não havia as modernices de hoje, pais e avós juntavam-se para contar histórias. As mães diziam: Venham meninos vamos às contas! Claro que não eram só os meninos que se juntavam. Era a família inteira e mais os vizinhos e até os animais que lá por casa passeavam se aninhavam para saborear mais uma noite de histórias, contos, ditos e mexericos...