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quarta-feira, janeiro 03, 2007


Alexandre Parafita – «Memórias de um Cavalinho de Pau»

Conhecendo há já alguns anos a obra e o trabalho de Alexandre Parafita, um filho das terras transmontanas, foi com bastante agrado que li este conto “Memórias de um Cavalinho de Pau”.
É um conto para ser lido e relido, que agrada a crianças e adultos, porque é uma história deliciosa – o sonho e a fantasia – dão aqui que falar. É genuíno e como tudo o que é genuíno tem de ser respeitado por si só. Aqui, todos nós fazemos uma viagem à nossa infância através de um brinquedo que atravessa gerações – o Cavalinho de Pau – objecto “mágico”, como lhe chama o nosso autor.
Alexandre Parafita leva-nos a partilhar a paixão pela leitura e todo o ritual que lhe diz respeito e, que cada vez mais, é urgente reinventar. O que nos cativa de imediato é a felicidade sentida nas emoções das suas personagens.
As personagens são silhuetas recortadas sobre um pano de fundo que é a infância e numa região acolhedora de uma velha Quinta do Douro. E citando, «onde se sente o balancear constante bem ao ritmo dos sonhos e ilusões de uma criança.».
A alegria, a descoberta, o deslumbramento, a saudade, o regresso às memórias da infância, da família, ao aconchego, aos afectos estão aqui patentes de uma forma que nos toca com várias emoções. É, de facto, para todos aqueles que não se querem separar da ternura que só é possível sentir quando somos pequenos. Citando o autor uma vez mais: «com o desfiar de memórias deste brinquedo mágico, narra-se também a história fascinante de uma velha quinta do Alto Douro, onde se cruzam todos os encantos, aventuras e mistérios.».
Apesar de ser um lugar comum, não resisto a dizer que o que mais me fascinou é que, uma vez mais, houve um livro que li e que de imediato passou de um estranho, a um conhecido, a um amigo, como «aquele cavalinho que irradiava uma certa magia… que parecia emitir sentimentos de ternura capazes de me falar na alma.».
Este livro coloca uma vez mais Alexandre Parafita entre os escritores da nossa língua com uma escrita simples, cuidada e apaixonante e a quem orgulhosamente podemos chamar “nosso”!

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